segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Curiosidades americanas

Algumas curiosidades sobre este país que aprendi a chamar de lar:

* Todas as unidades aqui são diferentes. Eles usam miles (milhas) em vez de quilômetros, inches (polegadas) em vez de centímetros, feet (pés) em vez de metros, pounds (libras) em vez de quilogramas, ounces (onças) em vez de mL, gal (galão) em vez de litro e graus Fahrenheit em vez de graus Celsius.

* Arrotar não é falta de educação nos Estados Unidos. Muita gente arrota (conheço alguns homens que arrotam bem alto) e depois larga um "excuse me", como se nada tivesse acontecido.

* A maioria dos americanos escova os dentes só uma vez por dia, no máximo duas. Já vi família de dentista que só escova uma. Não tem essa de escovar após cada refeição. Eles dizem que é exagero porque as bactérias demoram 24 horas para se desenvolverem na nossa boca.

* É bem mais fácil achar comida vegetariana por aqui, tanto em restaurantes como em supermercados. Os mercados grandes tem até uma seção só para quem segue a dieta judaica Kosher - alimentos que não misturam leite e carne, por exemplo.

* Americano não usa esponja para tomar banho. Ele se lavam com uma toalhinha. As banheiras tem até um lugar para pendurar a toalhinha - aliás, aqui todos os banheiros que tem chiveiro também tem banheira.

* As farmácias americanas são tipo lojas de conveniência - vendem de tudo, inclusive alimentos e cigarros.

* Algumas frutas daqui são bem difíceis de serem encontradas no Brasil, como grapefruit, cranberry e blueberry.

* No geral, americanos são bem mais educados e gentis que brasileiros. E os homens são mais cavalheiros.

* As baladas acabam cedo. A maioria vai até as 2h da manhã.

* Sempre que você pede uma bebida alcoólica, a pessoa que te atende pede para ver seu documento e confere se você é maior de idade (21 anos ou mais).

* Pizza aqui se come com as mãos, tanto em casa como em lugares públicos. Eles acham muito estranho usar talheres para comer pizza.

* O chocolate aqui nos EUA tem um sabor diferente do chocolate do Brasil, mesmo sendo da mesma marca. É mais azedinho.

* O chocolate-quente não é cremoso como no Brasil. Geralmente eles só misturam o pó com água quente - raramente com leite.

* Eles chamam "castanha-do-pará" de "Brazilian nut" ou "Brazil nut" - "noz do Brasil", apesar de a Bolívia ganhar do Brasil em termos de exportação.

* As ervilhas brasileiras são muito mais gostosas que as americanas.

* A Páscoa é comemorada com doces, mas não com ovos de chocolate. É muito raro encontrar um ovo por aqui. Geralmente só vendem nas lojas de produtos brasileiros.

* Aqui não existe variedade de biscoitos recheados. Você só vai encontrar a Oreo, que é igual à Negresco. Os biscoitos mais comuns são os chocolate chip - aqueles com gotas de chocolate.

* Poucas casas tem tanque e muitas pessoas, especialmente na Califórnia, usam a garangem para guardar bugigangas, por isso os carros ficam sempre na rua.

* Os mercados não vendem certos alimentos (como catupiry e  batata-palha), mas você pode encontrá-los em lojas brasileiras ou hispânicas.

* Muitas famílias realmente usam pinheiros de verdade como Árvore de Natal. Ou compram, ou cortam sua própria.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Let Go...

Você já pensou em largar tudo para ir atrás de um sonho?
Sua família, seus amigos, seu namorado, seus cachorros, sua carreira? Os bens que você adquiriu ao longo da vida, as relacões que você construiu? O lugar onde você vive tão bem adaptado? A sua rotina - seja ela estressante ou tranquila?
Sim. Tenho certeza que você respondeu que sim. Todos nós, em algum momento da vida, desejamos ir embora para longe, sem deixar endereço, telefone ou email para contato. Começar uma vida nova, ter uma nova chance, renascer. Mas quantas pessoas realmente fazem isso?
Aposto que cada um conhece ao menos uma pessoa que vive reclamando de tudo. Do emprego, do cônjuge, do corpo, da saúde, da cidade, do país, do governo, da estação. E também aposto que a maioria dessas pessoas que tanto reclamam não faz nada para mudar. O ser humano tem medo de mudanças.
"Ah, é que nem todo mundo tem oportunidade de mudar..." - Sei disso. Mas também sei que todos podem mudar alguma coisa, nem que seja um pouquinho. Quer uma dica? Comece devagar. E comece por você. Pare de reclamar das coisas ruins e foque nas coisas boas. Dedique mais tempo para aquilo que te dá prazer. Quando você começa a gostar mais da vida, ela retribui e te manda coisas boas. Você vai ver. Já foi comprovado que a gente atrai aquilo que transmite. Preste atenção nos pequenos prazeres da vida. Olhe para seus filhos, sinta o amor dentro de você. Perceba cada parte do seu corpo, toque-se e agradeça por ser um ser humano perfeito. Saboreie os alimentos, observe o pôr-do-sol, aprecie a sensação que a água causa ao escorrer pelo seu corpo, estude um novo assunto, sorria para a vida. Com o tempo, você verá que as coisas boas começarão a surgir. Uma nova oportunidade de trabalho, um novo amor (ou uma releitura do antigo), um novo hobby. A sua mudança não precisa ser repentina, mas você nunca deve conformar-se com a infelicidade. Tome as rédeas. Não desista de ter uma vida plena, e ela não desistirá de você.
Eu já passei por essa fase. Minha vida mudou aos poucos. Não foi fácil, não foi rápido. Quem me conhece sabe. E neste momento eu me encontro prestes a encarar uma grande mudança. Realizar um sonho que cultivo há pelo menos seis anos. Agora, eu sinto que chegou a hora. Mesmo isso exigindo que eu me afaste por um longo tempo dos meus familiares, dos meus amigos, das minhas "filhas" de quatro patas, do emprego mais gratificante que eu já tive, do meu apartamento, da cidade que eu amo e de todas as coisas que me fazem feliz. Estou preparada. É agora ou nunca.
E é isso, galera... A Terra do Tio Sam me aguarda!

domingo, 14 de novembro de 2010

Espartilho

Quando foi que nós nos perdemos?
Quando foi que você passou a ouvir o que eu nunca disse, a ver o que eu nunca fiz?
Quando foi que eu comecei a fazer o que você não queria, a agir como você não aceitava?
Em qual momento, em qual dia, em qual mês?
Será que nós começamos a decair, gradativamente, assim como nos construímos?
Sim. Eu acho que eu sei quando foi o início. Foi naquela segunda-feira, quando eu resolvi tentar ser uma outra pessoa.
Foi um erro meu, única e exclusivamente meu, cometido com intenções boas, mas apenas boas intenções não bastam. Pelo menos, não nesses casos.
Você já tentou ocupar o lugar de alguma outra pessoa? É uma sensação horrível, parece que te segura, te sufoca, te impede de respirar. É como um espartilho bem justo, que aperta seu corpo todo, te deixa diferente e te obriga a manter as costas eretas. Muda suas curvas, sua postura, muda até seu jeito de andar.
No início, você fica satisfeita, orgulhosa de si mesma, e tenta usá-lo cada vez mais, durante mais tempo por dia, e mais apertado, até que ele molde você. Mas depois de algum tempo começa a ficar difícil e até mesmo insuportável. Você o encara só por obrigação, começa a se sentir desconfortável, irritada, e aguenta ficar cada vez menos com ele. Porque a sua pessoa, quem você é de verdade, quer aparecer, quer se libertar, precisa sair dali de qualquer jeito.
O espartilho não é você, não faz parte do seu corpo, assim como aquela personalidade que você encarnou não é a sua. E você fica querendo sair, para ser você, mas ao mesmo tempo continuar usando o seu disfarce, acostumar-se a ele, seja para agradar alguém que você gosta, manter o seu emprego ou qualquer outro motivo.
Sabe o que acontece depois de um certo tempo? Você explode. Você bota tudo para fora durante um acesso de fúria, mágoa, stress; porque todo ser humano tem um limite. Você fala e faz muitas coisas ao mesmo tempo, usa a liberdade reprimida na hora errada. E é assim que tudo acaba. Por querer agradar demais, acaba decepcionando. Decepcionando alguém e decepcionando você mesma.
Foi isso que eu fiz. Tentei representar, quase substituir outra pessoa. Tentei ser parecida com ela para que você me amasse mais e para que pudéssemos ser mais felizes. Mas não deu certo, porque eu não era ela. E foi aí que o nosso fim começou. O espartilho rasgou. A nossa história acabou. E nenhum dos dois tem conserto.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Prazer, Twitter


Se você for um internauta experiente, conhece o Twitter, tem uma conta e segue as pessoas mais descoladas do momento. Mas se você estiver no ciberespaço há pouco tempo ou for muito tapado (usar a Internet só para email e pornografia não vale, amigo), provavelmente já tenha ouvido falar no Twitter mas não saiba direito o que é.
O Twitter é mais uma rede social online, no formato de microblog, criada em 2006. A diferença é que você tem que postar usando apenas 140 caracteres. Você entra no site, faz um cadastro, escreve sua mensagem e clica em "Tweet". A mensagem vai aparecer na página inicial dos seus seguidores (followers), assim como as mensagens postadas pelas pessoas que você seguir aparecerão na sua página inicial, ou seja, sua "home".
O site ainda não tem versão em português, mas dá para se virar numa boa. Depois de fazer o login, você entra no Twitter de alguém (por exemplo, o meu é este) e clica em "Follow". Pronto! Através de seus amigos você pode conhecer outros twitteiros interessantes que postam links e informações legais. O Twitter também virou febre entre os famosos, pois permite que eles postem mensagens visíveis a todos os fãs, sem precisar acompanhar as postagens diárias e aleatórias de um bando de desconhecidos. À direita, há um link com um @ e seu nome de usuário (@JamilaCP no meu caso). Clicando ali, você poderá ver todos os tweets em que você foi citado, até mesmo do pessoal que você não segue! E fique ligado no #FF, ou #FollowFriday: Todas às sextas-feiras o pessoal indica algum twitteiro legal de seguir!
Não gostou, é?! Achou sem graça?! Bem... Existem outras redes sociais, tipo o Plurk!
Ah, gostou?! Acesse www.twitter.com e crie sua conta! No início pode ser meio chato, mas você pega o jeito! Sigam-me os bons!!!!!!!!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vai e volta

Amo. Desamo. Apaixono-me. Desapaixono-me. Falo. Desfalo. Faço. Desfaço. Planejo. Desplanejo. Eu vou e volto, escrevo e apago, ando para a frente e para trás. E se eu quiser andar para o lado, qual o problema? Não é maravilhoso poder reverter as coisas e começar tudo de novo?
Nossas palavras machucam tanto às vezes. Mas vai. Já brigamos demais. Vai dar uma volta para refrescar a cabeça. Já foi tudo por água abaixo mesmo. Não quero discutir. Ando cansada. Sim, cansada de você. Também. De futilidades, hipocrisias, distorções, e de todas essas chatices.
Eu posso voltar atrás quando eu quiser. Sou dona do meu nariz, saio sem avisar, faço as regras e não tenho hora pra chegar. Você deveria ter visto isso antes. Eu nunca disfarcei esse meu jeito meio.. irreverente. Dá licença?
Está um dia lindo, por que você não vai dar um passeio? Tá quente, como você gosta. Tem sol. Céu azul, sem nuvens, típico dia de verão, com o asfalto escaldante desta cidade feia e sem praia que você ama tanto. Não, eu não quero ir junto. Posso ler um pouco? Não, não quero companhia. Quantas vezes eu falei pra você que preciso ter meus momentos sozinha?
Não sei. Talvez eu tenha saído quando você voltar. Não gosto de planos. Agora eu não quero. Depois é outra história. É, ultimamente eu tenho passado muito tempo fora de casa. Se não estou na rua, durmo na casa de algum amigo. E, sabe, até penso em não voltar. Desligo o celular de propósito na verdade. Ele não estava sem bateria, fui eu quem apertei o maldito botão. Satisfeito?
Eu vou embora mas eu sempre volto. Sempre volto pra você. E se você não voltar? Acho que sentirei sua falta. Não, eu sentirei realmente a sua falta. Mas eu penso nisso depois. Agora, vai.

terça-feira, 9 de março de 2010

Larga do meu pé!

Nunca consigo lixar as unhas dos meus pés sem chegar nas carnes. Aí eu acabo me machucando de verdade. O dedão, às vezes, se escapa, mas geralmente fica com a unha meio tortinha. E quando perguntam por que eu não pago uma profissional para fazer meus pés, eu digo: "Porque eu não gosto de me entregar para ninguém, quero ter o controle". Irônico, não? Mas ainda assim eu prefiro me machucar sozinha. Dói, mas é de graça. Tá pensando que sou unha-de-fome, avarenta, mão-de-vaca, preguiçosa? Pode pensar, nem ligo.
Ontem uma amiga minha estava reclamando sobre mais um homem canalha, mais um relaciomento frustrante e mais um coração partido. Ok, ok, era mais complexo que isso. Ela estava chateada porque acabara de descobrir que nenhum homem presta. O problema não era, como diz minha mãe, a falta de "serventia" dos homens, e sim ela ter descoberto o mistério com apenas 24 anos. "E agora, o que será da minha vida?", balbuciava ela, parecendo uma criancinha posta de castigo pela professora primária. Eu não sei, mas você não vai morrer, amiga. Pensei em dizer isso mas, obviamente, não disse. Vai que ela saísse na rua, fosse atropelada e, no leito de morte, me puxasse e me falasse no ouvido "você disse que eu não iria morrer, mas estou morrendo e vou voltar todas as noites para te assombrar, sua piranha escrota metida a profeta"...
É... definitivamente, acho que ando vendo muitos filmes sobre pressentimentos e afins. E olha que nem vi Premonição 4 (algum convite?). Just kidding, leitores, brincadeira boba é a minha cara. A propósito, comentários me convidando para ir ao cinema serão devidamente deletados, isso é assunto para MSN (tá, agora parei mesmo de brincar).
E hoje o texto vai ser mais curto porque eu não estou a fim de escrever mais nada antes de fazer todos os dedos dos meus pés sangrarem. É preciso coragem para seguir em frente, seja para fazer as unhas dos próprios pés, seja para tentar descobrir outro motivo pelo qual valha à pena viver. Porque os homens, assim como as pedicures, não são suficientemente confiáveis.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Aprenda algo hoje

Ela sempre soube o que seria da vida dela. Quando nasceu, chorou um pouco porque alguém a havia tirado daquele lugar quentinho e seguro, mas depois se acalmou porque já sabia. Foi manipulada por várias mãos desconhecidas, precisou adaptar-se àquela nova fase e logo logo ficou quietinha, pois já tinha tudo em mente. Ela sempre soube.
Ela foi crescendo, aprendendo a falar e a andar. Descobriu que havia coisas incríveis, como ler e escrever, e que poderia, ou melhor, que deveria aprender aquilo tudo logo. Começou a conhecer os livros muito antes de aprender a pronunciar certas letras corretamente. Gostava das figuras, mas se interessava muito pelas palavras. Frases. Histórias. Ela já sabia.
Ao concluir a primeira série do Ensino Fundamental, ela sabia o alfabeto de cor e salteado. Ela lia, lia, lia. Lia tudo que via pela frente, desde gibis até folhetos encontrados na casa dos vizinhos sobre as testemunhas de Jeová. Ela tinha certeza de que era importante ler o máximo possível, sobre tudo que encontrasse pelo caminho.
Mas a vida ás vezes nos obriga a fazer certos sacrifícios para continuarmos a cumprimir nossa missão. Ela teve que lidar com números, fórmulas, nomenclaturas estranhas - e provar que também entendia tudo aquilo através dos testes aplicados na escola. Isso durou mais de uma década. Mas ela nunca deixou de saber.
Mostrou a todos que sim, era capaz de lidar com coisas diferentes, mas ela ainda tinha aquela certeza. Ela queria algo a mais. Ela tinha pressa, mas aprendeu a esperar. Ela sabia que algo muito grande estava por vir, que algo maravilhoso e especial aconteceria. E que a hora dela chegaria.
Eu tentei avisá-la de que talvez não fosse tudo tão fácil, rápido, certo e colorido como os desenhos que ela fazia com giz-de-cera. Ela foi muitas vezes uma garota normal, com dúvidas, medos e angústias sobre o futuro. Afinal, ela era humana. Mas era estranho como ela sempre, mas sempre soube o que fazer, mesmo quando não tinha apoio algum.
Passei muito tempo sem vê-la - eu estava em um outro mundo. Quando a reencontrei, não me aguentei de curiosidade e fui confrontá-la. Ela permanecia no mesmo lugar, com as mesmas feições e o mesmo ar de sabedoria. Ninguém podia ser tão irritantemente confiante. "Conseguiu o que queria, menina?" perguntei, com desdém.
Ela sorriu, levantou o rosto e respondeu: "Sim. Todos os dias!". Foi neste momento que eu compreendi o sentido de minha existência.