quarta-feira, 14 de abril de 2010

Vai e volta

Amo. Desamo. Apaixono-me. Desapaixono-me. Falo. Desfalo. Faço. Desfaço. Planejo. Desplanejo. Eu vou e volto, escrevo e apago, ando para a frente e para trás. E se eu quiser andar para o lado, qual o problema? Não é maravilhoso poder reverter as coisas e começar tudo de novo?
Nossas palavras machucam tanto às vezes. Mas vai. Já brigamos demais. Vai dar uma volta para refrescar a cabeça. Já foi tudo por água abaixo mesmo. Não quero discutir. Ando cansada. Sim, cansada de você. Também. De futilidades, hipocrisias, distorções, e de todas essas chatices.
Eu posso voltar atrás quando eu quiser. Sou dona do meu nariz, saio sem avisar, faço as regras e não tenho hora pra chegar. Você deveria ter visto isso antes. Eu nunca disfarcei esse meu jeito meio.. irreverente. Dá licença?
Está um dia lindo, por que você não vai dar um passeio? Tá quente, como você gosta. Tem sol. Céu azul, sem nuvens, típico dia de verão, com o asfalto escaldante desta cidade feia e sem praia que você ama tanto. Não, eu não quero ir junto. Posso ler um pouco? Não, não quero companhia. Quantas vezes eu falei pra você que preciso ter meus momentos sozinha?
Não sei. Talvez eu tenha saído quando você voltar. Não gosto de planos. Agora eu não quero. Depois é outra história. É, ultimamente eu tenho passado muito tempo fora de casa. Se não estou na rua, durmo na casa de algum amigo. E, sabe, até penso em não voltar. Desligo o celular de propósito na verdade. Ele não estava sem bateria, fui eu quem apertei o maldito botão. Satisfeito?
Eu vou embora mas eu sempre volto. Sempre volto pra você. E se você não voltar? Acho que sentirei sua falta. Não, eu sentirei realmente a sua falta. Mas eu penso nisso depois. Agora, vai.