tag:blogger.com,1999:blog-5153166548999950962024-02-06T23:49:03.377-08:00Eu nunca mais vou voltarEu nunca mais vou voltar a ser menos. A querer menos. A me conformar. A deixar de sonhar.
Eu nunca mais vou voltar a desejar o passado. A não aproveitar o presente. A achar que não mereço.
Eu nunca mais vou voltar a ser quem eu já fui.
Nunca mais.Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.comBlogger21125tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-12100160222875627392012-12-10T15:38:00.001-08:002012-12-10T15:38:59.515-08:00Curiosidades americanas<div style="text-align: justify;">
Algumas curiosidades sobre este país que aprendi a chamar de lar:</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* Todas as unidades aqui são diferentes. Eles usam<span style="font-style: italic;"> miles</span> (milhas) em vez de quilômetros, <span style="font-style: italic;">inches </span>(polegadas) em vez de centímetros, <span style="font-style: italic;">feet</span> (pés) em vez de metros, <span style="font-style: italic;">pounds</span> (libras) em vez de quilogramas, <span style="font-style: italic;">ounces</span> (onças) em vez de mL,<span style="font-style: italic;"> gal </span>(galão) em vez de litro e graus <span style="font-style: italic;">Fahrenheit</span> em vez de<span style="font-style: italic;"> </span>graus<span style="font-style: italic;"> Celsius.</span></div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*
Arrotar não é falta de educação nos Estados Unidos. Muita gente arrota
(conheço alguns homens que arrotam bem alto) e depois larga um "excuse me",
como se nada tivesse acontecido.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* A maioria dos americanos escova os dentes só uma vez por dia, no máximo duas. Já vi família de dentista que só escova uma. Não tem essa de escovar após cada
refeição. Eles dizem que é exagero porque as bactérias demoram 24 horas
para se desenvolverem na nossa boca.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* É bem mais fácil achar
comida vegetariana por aqui, tanto em restaurantes como em
supermercados. Os mercados grandes tem até uma seção só para quem segue a
dieta judaica Kosher - alimentos que não misturam leite e carne, por
exemplo.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* Americano não usa esponja para
tomar banho. Ele se lavam com uma toalhinha. As banheiras tem até um
lugar para pendurar a toalhinha - aliás, aqui <span style="font-style: italic;">todos</span> os banheiros que tem chiveiro também tem banheira.</div>
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<br /></div>
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* As farmácias americanas são tipo lojas de conveniência - vendem de tudo, inclusive alimentos e cigarros.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* Algumas frutas daqui são bem difíceis de serem encontradas no Brasil, como <span style="font-style: italic;">grapefruit, cranberry e blueberry</span>. </div>
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<br /></div>
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* No geral, americanos são bem mais educados e gentis que brasileiros. E os homens são mais cavalheiros.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* As baladas acabam cedo. A maioria vai até as 2h da manhã.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-style: italic;">* </span>Sempre<span style="font-style: italic;"> </span>que
você pede uma bebida alcoólica, a pessoa que te atende pede para ver
seu documento e confere se você é maior de idade (21 anos ou mais).</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*
Pizza aqui se come com as mãos, tanto em casa como em lugares
públicos. Eles acham muito estranho usar talheres para comer pizza.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* O chocolate aqui nos EUA tem um sabor diferente do chocolate do Brasil, mesmo sendo da mesma marca. É mais azedinho.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*
O chocolate-quente não é cremoso como no Brasil. Geralmente eles só
misturam o pó com água quente - raramente com leite.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* Eles chamam "castanha-do-pará" de "Brazilian nut" ou "Brazil nut" - "noz do Brasil", apesar de a Bolívia ganhar do Brasil em termos de exportação.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* As ervilhas brasileiras são muito mais gostosas que as americanas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
*
A Páscoa é comemorada com doces, mas não com ovos de chocolate. É
muito raro encontrar um ovo por aqui. Geralmente só vendem nas lojas de
produtos brasileiros.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* Aqui não existe variedade de biscoitos recheados. Você só vai encontrar a Oreo, que é igual à Negresco. Os biscoitos mais comuns são os <i>chocolate chip</i> - aqueles com gotas de chocolate.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* Poucas casas tem tanque e muitas pessoas, especialmente na Califórnia, usam a garangem para guardar bugigangas, por isso os carros ficam sempre na rua.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* Os mercados não vendem certos alimentos (como catupiry e batata-palha), mas você pode encontrá-los em lojas brasileiras ou hispânicas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
* Muitas famílias realmente usam pinheiros de verdade como Árvore de Natal. Ou compram, ou cortam sua própria.</div>
Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-28517016416320619982011-09-21T23:50:00.001-07:002011-09-22T16:50:39.430-07:00Let Go...<div style="text-align: justify;">Você já pensou em largar tudo para ir atrás de um sonho?<br />Sua família, seus amigos, seu namorado, seus cachorros, sua carreira? Os bens que você adquiriu ao longo da vida, as relacões que você construiu? O lugar onde você vive tão bem adaptado? A sua rotina - seja ela estressante ou tranquila?<br />Sim. Tenho certeza que você respondeu que sim. Todos nós, em algum momento da vida, desejamos ir embora para longe, sem deixar endereço, telefone ou email para contato. Começar uma vida nova, ter uma nova chance, renascer. Mas quantas pessoas realmente fazem isso?<br />Aposto que cada um conhece ao menos uma pessoa que vive reclamando de tudo. Do emprego, do cônjuge, do corpo, da saúde, da cidade, do país, do governo, da estação. E também aposto que a maioria dessas pessoas que tanto reclamam não faz nada para mudar. O ser humano tem medo de mudanças.<br />"Ah, é que nem todo mundo tem oportunidade de mudar..." - Sei disso. Mas também sei que todos podem mudar alguma coisa, nem que seja um pouquinho. Quer uma dica? Comece devagar. E comece por você. Pare de reclamar das coisas ruins e foque nas coisas boas. Dedique mais tempo para aquilo que te dá prazer. Quando você começa a gostar mais da vida, ela retribui e te manda coisas boas. Você vai ver. Já foi comprovado que a gente atrai aquilo que transmite. Preste atenção nos pequenos prazeres da vida. Olhe para seus filhos, sinta o amor dentro de você. Perceba cada parte do seu corpo, toque-se e agradeça por ser um ser humano perfeito. Saboreie os alimentos, observe o pôr-do-sol, aprecie a sensação que a água causa ao escorrer pelo seu corpo, estude um novo assunto, sorria para a vida. Com o tempo, você verá que as coisas boas começarão a surgir. Uma nova oportunidade de trabalho, um novo amor (ou uma releitura do antigo), um novo hobby. A sua mudança não precisa ser repentina, mas você nunca deve conformar-se com a infelicidade. Tome as rédeas. Não desista de ter uma vida plena, e ela não desistirá de você.<br />Eu já passei por essa fase. Minha vida mudou aos poucos. Não foi fácil, não foi rápido. Quem me conhece sabe. E neste momento eu me encontro prestes a encarar uma grande mudança. Realizar um sonho que cultivo há pelo menos seis anos. Agora, eu sinto que chegou a hora. Mesmo isso exigindo que eu me afaste por um longo tempo dos meus familiares, dos meus amigos, das minhas "filhas" de quatro patas, do emprego mais gratificante que eu já tive, do meu apartamento, da cidade que eu amo e de todas as coisas que me fazem feliz. Estou preparada. É agora ou nunca.<br />E é isso, galera... A Terra do Tio Sam me aguarda!<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-66971543733860153472010-11-14T13:45:00.000-08:002010-11-14T14:34:53.243-08:00Espartilho<div style="text-align: justify;">Quando foi que nós nos perdemos?<br />Quando foi que você passou a ouvir o que eu nunca disse, a ver o que eu nunca fiz?<br />Quando foi que eu comecei a fazer o que você não queria, a agir como você não aceitava?<br />Em qual momento, em qual dia, em qual mês?<br />Será que nós começamos a decair, gradativamente, assim como nos construímos?<br />Sim. Eu acho que eu sei quando foi o início. Foi naquela segunda-feira, quando eu resolvi tentar ser uma outra pessoa.<br />Foi um erro meu, única e exclusivamente meu, cometido com intenções boas, mas apenas boas intenções não bastam. Pelo menos, não nesses casos.<br />Você já tentou ocupar o lugar de alguma outra pessoa? É uma sensação horrível, parece que te segura, te sufoca, te impede de respirar. É como um espartilho bem justo, que aperta seu corpo todo, te deixa diferente e te obriga a manter as costas eretas. Muda suas curvas, sua postura, muda até seu jeito de andar.<br />No início, você fica satisfeita, orgulhosa de si mesma, e tenta usá-lo cada vez mais, durante mais tempo por dia, e mais apertado, até que ele molde você. Mas depois de algum tempo começa a ficar difícil e até mesmo insuportável. Você o encara só por obrigação, começa a se sentir desconfortável, irritada, e aguenta ficar cada vez menos com ele. Porque a sua pessoa, quem você é de verdade, quer aparecer, quer se libertar, precisa sair dali de qualquer jeito.<br />O espartilho não é você, não faz parte do seu corpo, assim como aquela personalidade que você encarnou não é a sua. E você fica querendo sair, para ser você, mas ao mesmo tempo continuar usando o seu disfarce, acostumar-se a ele, seja para agradar alguém que você gosta, manter o seu emprego ou qualquer outro motivo.<br />Sabe o que acontece depois de um certo tempo? Você explode. Você bota tudo para fora durante um acesso de fúria, mágoa, stress; porque todo ser humano tem um limite. Você fala e faz muitas coisas ao mesmo tempo, usa a liberdade reprimida na hora errada. E é assim que tudo acaba. Por querer agradar demais, acaba decepcionando. Decepcionando alguém e decepcionando você mesma.<br />Foi isso que eu fiz. Tentei representar, quase substituir outra pessoa. Tentei ser parecida com ela para que você me amasse mais e para que pudéssemos ser mais felizes. Mas não deu certo, porque eu não era ela. E foi aí que o nosso fim começou. O espartilho rasgou. A nossa história acabou. E nenhum dos dois tem conserto.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-89855642007710682192010-05-11T08:08:00.000-07:002010-05-11T08:30:44.057-07:00Prazer, Twitter<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIjGslVBwzzitj6tWucH_vhkAY5xwS8jCVvcp7ItKTXmb2wwqZG9SNK9enr6R1S1j5nIVJDt6ImsmASVbc9UQYEt9vlIrPSf3ZfRf89ZB7QcQ905o1RmgbkCSCgisQH8dzgiB6craUa28/s1600/twitter.bmp"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 129px; height: 77px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIjGslVBwzzitj6tWucH_vhkAY5xwS8jCVvcp7ItKTXmb2wwqZG9SNK9enr6R1S1j5nIVJDt6ImsmASVbc9UQYEt9vlIrPSf3ZfRf89ZB7QcQ905o1RmgbkCSCgisQH8dzgiB6craUa28/s200/twitter.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5470035282959278290" /></a><br />Se você for um internauta experiente, conhece o <a href="http://twitter.com/">Twitter</a>, tem uma conta e segue as pessoas mais descoladas do momento. Mas se você estiver no ciberespaço há pouco tempo ou for muito tapado (usar a Internet só para email e pornografia não vale, amigo), provavelmente já tenha ouvido falar no Twitter mas não saiba direito o que é.<br /><div style="text-align: justify;">O Twitter é mais uma rede social online, no formato de microblog, criada em 2006. A diferença é que você tem que postar usando apenas 140 caracteres. Você entra no site, faz um cadastro, escreve sua mensagem e clica em "Tweet". A mensagem vai aparecer na página inicial dos seus seguidores (followers), assim como as mensagens postadas pelas pessoas que você seguir aparecerão na sua página inicial, ou seja, sua "home".<br />O site ainda não tem versão em português, mas dá para se virar numa boa. Depois de fazer o login, você entra no Twitter de alguém (por exemplo, o meu é <a href="http://twitter.com/JamilaCP">este</a>) e clica em "Follow". Pronto! Através de seus amigos você pode conhecer outros twitteiros interessantes que postam links e informações legais. O Twitter também virou febre entre os famosos, pois permite que eles postem mensagens visíveis a todos os fãs, sem precisar acompanhar as postagens diárias e aleatórias de um bando de desconhecidos. À direita, há um link com um @ e seu nome de usuário (@JamilaCP no meu caso). Clicando ali, você poderá ver todos os tweets em que você foi citado, até mesmo do pessoal que você não segue! E fique ligado no #FF, ou #FollowFriday: Todas às sextas-feiras o pessoal indica algum twitteiro legal de seguir!<br />Não gostou, é?! Achou sem graça?! Bem... Existem outras redes sociais, tipo o <a href="http://plurk.com/">Plurk</a>!<br />Ah, gostou?! Acesse <a href="http://twitter.com/">www.twitter.com</a> e crie sua conta! No início pode ser meio chato, mas você pega o jeito! <a href="http://twitter.com/JamilaCP">Sigam-me</a> os bons!!!!!!!!</div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-48262799097040191122010-04-14T11:58:00.000-07:002010-04-14T11:59:10.030-07:00Vai e volta<div style="text-align: justify;">Amo. Desamo. Apaixono-me. Desapaixono-me. Falo. Desfalo. Faço. Desfaço. Planejo. Desplanejo. Eu vou e volto, escrevo e apago, ando para a frente e para trás. E se eu quiser andar para o lado, qual o problema? Não é maravilhoso poder reverter as coisas e começar tudo de novo?<br />Nossas palavras machucam tanto às vezes. Mas vai. Já brigamos demais. Vai dar uma volta para refrescar a cabeça. Já foi tudo por água abaixo mesmo. Não quero discutir. Ando cansada. Sim, cansada de você. Também. De futilidades, hipocrisias, distorções, e de todas essas chatices.<br />Eu posso voltar atrás quando eu quiser. Sou dona do meu nariz, saio sem avisar, faço as regras e não tenho hora pra chegar. Você deveria ter visto isso antes. Eu nunca disfarcei esse meu jeito meio.. irreverente. Dá licença?<br />Está um dia lindo, por que você não vai dar um passeio? Tá quente, como você gosta. Tem sol. Céu azul, sem nuvens, típico dia de verão, com o asfalto escaldante desta cidade feia e sem praia que você ama tanto. Não, eu não quero ir junto. Posso ler um pouco? Não, não quero companhia. Quantas vezes eu falei pra você que preciso ter meus momentos sozinha?<br />Não sei. Talvez eu tenha saído quando você voltar. Não gosto de planos. Agora eu não quero. Depois é outra história. É, ultimamente eu tenho passado muito tempo fora de casa. Se não estou na rua, durmo na casa de algum amigo. E, sabe, até penso em não voltar. Desligo o celular de propósito na verdade. Ele não estava sem bateria, fui eu quem apertei o maldito botão. Satisfeito?<br />Eu vou embora mas eu sempre volto. Sempre volto pra você. E se você não voltar? Acho que sentirei sua falta. Não, eu sentirei <span style="font-style: italic;">realmente</span> a sua falta. Mas eu penso nisso depois. Agora, vai.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-66568979464712100102010-03-09T15:04:00.000-08:002010-03-09T20:35:21.942-08:00Larga do meu pé!<div style="text-align: justify;">Nunca consigo lixar as unhas dos meus pés sem chegar nas carnes. Aí eu acabo me machucando de verdade. O dedão, às vezes, se escapa, mas geralmente fica com a unha meio tortinha. E quando perguntam por que eu não pago uma profissional para fazer meus pés, eu digo: "Porque eu não gosto de me entregar para ninguém, quero ter o controle". Irônico, não? Mas ainda assim eu prefiro me machucar sozinha. Dói, mas é de graça. Tá pensando que sou unha-de-fome, avarenta, mão-de-vaca, preguiçosa? Pode pensar, nem ligo.<br />Ontem uma amiga minha estava reclamando sobre mais um homem canalha, mais um relaciomento frustrante e mais um coração partido. Ok, ok, era mais complexo que isso. Ela estava chateada porque acabara de descobrir que nenhum homem presta. O problema não era, como diz minha mãe, a falta de "serventia" dos homens, e sim ela ter descoberto o mistério com apenas 24 anos. "E agora, o que será da minha vida?", balbuciava ela, parecendo uma criancinha posta de castigo pela professora primária. Eu não sei, mas você não vai morrer, amiga. Pensei em dizer isso mas, obviamente, não disse. Vai que ela saísse na rua, fosse atropelada e, no leito de morte, me puxasse e me falasse no ouvido "você disse que eu não iria morrer, mas estou morrendo e vou voltar todas as noites para te assombrar, sua piranha escrota metida a profeta"...<br />É... definitivamente, acho que ando vendo muitos filmes sobre pressentimentos e afins. E olha que nem vi Premonição 4 (algum convite?). <span style="font-style: italic;">Just kidding</span>, leitores, brincadeira boba é a minha cara. A propósito, comentários me convidando para ir ao cinema serão devidamente deletados, isso é assunto para MSN (tá, agora parei mesmo de brincar).<br />E hoje o texto vai ser mais curto porque eu não estou a fim de escrever mais nada antes de fazer todos os dedos dos meus pés sangrarem. É preciso coragem para seguir em frente, seja para fazer as unhas dos próprios pés, seja para tentar descobrir outro motivo pelo qual valha à pena viver. Porque os homens, assim como as pedicures, não são suficientemente confiáveis.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-56131257915382956942010-01-27T14:20:00.000-08:002010-01-27T14:24:11.613-08:00Aprenda algo hoje<div style="text-align: justify;">Ela sempre soube o que seria da vida dela. Quando nasceu, chorou um pouco porque alguém a havia tirado daquele lugar quentinho e seguro, mas depois se acalmou porque já sabia. Foi manipulada por várias mãos desconhecidas, precisou adaptar-se àquela nova fase e logo logo ficou quietinha, pois já tinha tudo em mente. Ela sempre soube.<br />Ela foi crescendo, aprendendo a falar e a andar. Descobriu que havia coisas incríveis, como ler e escrever, e que poderia, ou melhor, que deveria aprender aquilo tudo logo. Começou a conhecer os livros muito antes de aprender a pronunciar certas letras corretamente. Gostava das figuras, mas se interessava muito pelas palavras. Frases. Histórias. Ela já sabia.<br />Ao concluir a primeira série do Ensino Fundamental, ela sabia o alfabeto de cor e salteado. Ela lia, lia, lia. Lia tudo que via pela frente, desde gibis até folhetos encontrados na casa dos vizinhos sobre as testemunhas de Jeová. Ela tinha certeza de que era importante ler o máximo possível, sobre tudo que encontrasse pelo caminho.<br />Mas a vida ás vezes nos obriga a fazer certos sacrifícios para continuarmos a cumprimir nossa missão. Ela teve que lidar com números, fórmulas, nomenclaturas estranhas - e provar que também entendia tudo aquilo através dos testes aplicados na escola. Isso durou mais de uma década. Mas ela nunca deixou de saber.<br />Mostrou a todos que sim, era capaz de lidar com coisas diferentes, mas ela ainda tinha aquela certeza. Ela queria algo a mais. Ela tinha pressa, mas aprendeu a esperar. Ela sabia que algo muito grande estava por vir, que algo maravilhoso e especial aconteceria. E que a hora dela chegaria.<br />Eu tentei avisá-la de que talvez não fosse tudo tão fácil, rápido, certo e colorido como os desenhos que ela fazia com giz-de-cera. Ela foi muitas vezes uma garota normal, com dúvidas, medos e angústias sobre o futuro. Afinal, ela era humana. Mas era estranho como ela sempre, mas sempre soube o que fazer, mesmo quando não tinha apoio algum.<br />Passei muito tempo sem vê-la - eu estava em um outro mundo. Quando a reencontrei, não me aguentei de curiosidade e fui confrontá-la. Ela permanecia no mesmo lugar, com as mesmas feições e o mesmo ar de sabedoria. Ninguém podia ser tão irritantemente confiante. "Conseguiu o que queria, menina?" perguntei, com desdém.<br />Ela sorriu, levantou o rosto e respondeu: "Sim. Todos os dias!". Foi neste momento que eu compreendi o sentido de minha existência.</div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-38219403038763602762010-01-02T07:18:00.000-08:002010-01-04T08:48:45.688-08:00Eterna espera<div style="text-align: justify;">Hoje eu cheguei em casa e você não estava lá. Simplesmente não estava. Fiquei triste. Já faz tanto tempo que nos separamos... mas senti uma solidão tão profunda! Há tempos eu não me sentia assim. Sozinha, deprimida. Fiquei esperando o barulho de chave na porta, talvez você tivesse saído para comprar nossa janta. Eu esperei, esperei, esperei. Mas você não apareceu. E por que apareceria? Não estamos mais juntos. Eu até já tenho outra pessoa. Ele me trata bem, me respeita. Acho que não seria pretensão dizer que ele me ama. Se eu o amo? Não é o caso. O caso é que, depois de tanto tempo conformada com nossa separação, eu fiquei esperando você entrar por aquela porta, com sua cara de deboche constante, como se nada tivesse acontecido.<br />Sei que você jamais lerá este texto. Você nunca me leu, nem quando estávamos casados. Nunca se interessou pelas minhas palavras, fossem ditas ou escritas. Você nunca me leu, nunca me ouviu, nunca viu quem eu era. Você só ouvia o que queria. Como quando eu disse que gostaria que você fosse embora. Você fez suas malas e se foi. Nem protestou, apenas partiu. Se você tivesse olhado fundo nos meus olhos e interpretado minha alma, veria que eu só estava precisando de carinho. De um abraço. De uma prova do seu amor. Eu perdoaria todas as suas vaciladas, suas traições, seus casos com outras mulheres. Bastaria você implorar. Você é um burro, idiota, imbecil, mulherengo imprestável filho legítimo de uma grandissíssima puta. Mas eu te amava, eu te queria. Por que você não viu isso, seu ridículo?<br />Sei o que você deve estar pensando: Nossa separação era inevitável. Já não fazíamos amor. Não namorávamos, não saíamos para jantar, não passeávamos de mãos dadas. Você queria ter um filho. Claro, não era você quem teria de aguentar nove meses com uma bola de neve aumentando a cada dia dentro do seu corpo, seus pés inchando, seus peitos pingando leite, sua barriga sendo tocada por desconhecidos a todo momento. Eu sentia saudade daquele tempo em que você me chamava para a cama em busca de prazer e não de um óvulo fecundado. Por isso eu não topava. E se topava, ás vezes meio sonolenta, era por pura obrigação de esposa. Mas eu nunca deixei de tomar as pílulas. Você me viu jogar a cartela de contraceptivos na privada, mas no outro dia eu comprei outra e continuei tomando normalmente. Agora você já sabe por que não engravidei. Ou saberia, se lesse este texto.<br />Talvez eu estivesse com medo. Sabe quando a vida está tão perfeita e tão chata e tão estável e tão entediante e tão desconcertante justamente por estar boa demais? Você reclamava porque eu reclamava. É claro que eu reclamava! Onde estavam as emoções, o frio na barriga, a ansiedade que sentíamos no início do namoro? Já sei. Você diria que estávamos em outra fase. Que isso era coisa de adolescente, já éramos casados havia uns bons anos e o próximo estágio era um bebê. Mas eu não queria um bebê. Eu só queria você de volta. Aquele cara que me fazia voar, ver estrelas de neon flutuando em mares cor de verde musgo. E lá vinha mais uma briga.<br />Quando eu disse que não te amava mais, querido, por que você saiu de casa? Minha intenção era ser agarrada à força e sacudida, como uma criancinha que faz birra, e chorar no seu ombro até ficar tudo bem de novo.<br />Eu só queria que tudo voltasse a ser como antes. Só nós dois com nossa felicidade. Será que, se eu tivesse previsto aquela sua atitude idiota de fazer suas malas e partir, eu não teria concordado em engravidar? Eu teria te mandado embora? Bem, agora é tarde para saber. Se você não tivesse feito suas malas, chamado o elevador, pegado aquele táxi, descido na frente daquele hotelzinho barato e tentado reagir ao assalto, eu ainda poderia cogitar uma reconciliação. Mas você foi orgulhoso, metido. E hoje eu sei que não tem como você voltar para mim.<br />Não pense que me sinto totalmente responsável. A culpa foi dos dois. Ou de nenhum. Tanto faz. Mas preciso confessar-lhe uma coisa: Ainda tenho esperanças de encontrar você do outro lado para lhe falar tudo isso. E, por mais que meu atual parceiro seja maravilhoso, ele não é você. Por isso às vezes eu venho para minha casa, sozinha, e fico fantasiando se você pensou em mim antes de morrer. Eu disse que não te amava mais e era tudo mentira. Eu ainda te amo, querido. Nunca deixei de te amar. Mas, por favor, quando nos encontrarmos de novo, tente me compreender e não faça tudo que eu pedir. Eu preciso ser contrariada às vezes.<br />Descanse em paz, meu amor. Espero que possamos ficar juntos em alguma outra vida.</div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-46449009976212037332009-12-31T04:54:00.000-08:002009-12-31T05:24:59.606-08:00Eu não vou dizer adeus<div style="text-align: justify;">Hoje acaba mais um ano. Mais um ciclo, mais uma etapa. E amanhã começa 2010. É tempo de fazer planos, agradecimentos, simpatias, pedidos. Embora seja apenas uma mudança de calendário, as esperanças se renovam e vem o pensamento de que tudo pode ser melhor. Diferente, pelo menos. São muitas pessoas mandando energia positiva para o universo - e isso me deixa emocionada.<br />Mas eu não quero falar dos meus planos, desejos e pretensões para 2010. Só quero agradecer por este ano que passou. Com certeza, um dos melhores que já passei. Cresci como jamais pensei que pudesse crescer em um ano. Superei dificuldades, enfrentei problemas, mandei às favas tudo que não me dava prazer e me joguei. Foram muitas experiências novas e eu valorizo todas elas, as boas e as ruins. Fui muito feliz em 2009. Corri atrás dos meus sonhos, conheci amigos, fiz muita festa, aproveitei minha liberdade. Chorei, sorri, fiquei triste, dei risada, li, estudei, conversei, aprendi, amei, senti pena, fiquei brava, descobri, viajei, decidi, senti saudades, lutei, caí, levantei, dei a volta e por cima e cheguei. Mas nada me impedirá de continuar.<br />O que espero de 2010? Ah, muitas coisas. Tenho várias metas. Mas prefiro dizer que desejo que seja um ano igualzinho, igualzinho a este que vai embora em pouco mais de 12 horas. Não direi adeus ano velho nem feliz ano novo. Apenas obrigada 2009 e bem vindo 2010.<br />Felicidades a todos!<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-20464008787065351562009-12-03T14:12:00.000-08:002009-12-29T19:42:12.561-08:00Os filhos não são dos pais...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcRpC0dqFV3sQpftQWU0BREHViMx61SwGFAv3koqsEMvrZnVrgsbzO1cYU0ttoHhyphenhyphenDdB_ujElWVICKx81dqM4mzCFa7PRIeimTSMvM0aqCZDGVUqkWyfd_xtX-4ep0kb-5Wo6gsUSyKr4/s1600-h/kevin.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 139px; height: 200px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcRpC0dqFV3sQpftQWU0BREHViMx61SwGFAv3koqsEMvrZnVrgsbzO1cYU0ttoHhyphenhyphenDdB_ujElWVICKx81dqM4mzCFa7PRIeimTSMvM0aqCZDGVUqkWyfd_xtX-4ep0kb-5Wo6gsUSyKr4/s200/kevin.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5411888017705607938" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Após ler "Precisamos Falar sobre o Kevin" pela segunda vez, resolvi dissertar sobre alguns pontos desta instigante e perturbadora obra. O livro, escrito por Lionel Shriver, conta a história de um garoto chamado Kevin, que matou várias pessoas na escola onde estudava, três dias antes de completar dezesseis anos. Quem faz o relato da vida de Kevin, mesmo antes de ele vir ao mundo, é sua mãe, Eva, através de cartas escritas ao marido, pai do garoto.<br />Eva fala de sua própria infância e dos problemas de sua família; depois sobre as viagens que fazia em função de seu trabalho, já na idade adulta; e sobre seu perfeito casamento com Franklin, quem, mais tarde, viria a se tornar o pai de seus dois filhos, Kevin e Celia. As dúvidas e medos sobre ser mãe e ter de dar adeus à vida que levava antes de ter seu primogênito, o repúdio que o filho sentiu do leite de Eva assim que foi colocado em seu peito pela primeira vez, o jeito como ele chorava no berço parecendo estar possuído por uma fúria sem sentido e os pequenos "acidentes" que aconteciam com outras crianças quando Kevin estava presente são citados ao longo das cartas, levando-nos a refletir sobre questões como "Crianças já nascem más?"; "É possível odiar o próprio filho?" ou "Se um garoto vira um psicopata, a mãe é a culpada?".<br />Já existem estudos comprovando que a personalidade de uma pessoa não é formada apenas pelo tipo de criação que ela teve ao longo da vida. Quem não conhece histórias sobre meninos que tinham uma família perfeita e caíram nas drogas, ou mulheres que cresceram em orfanatos e hoje são ótimas mães? Estes fatos mostram que os filhos não são totalmente "moldáveis". É claro que boa parte depende sim, da educação que a pessoa recebeu quando criança, do modo como foi tratada pelos pais, dos amigos, da mídia, da escola, enfim, das influências externas. Mas como explicar comportamentos bizarros de adolescentes como Kevin, que teve amor, atenção e compreensão dos pais desde que nasceu? Kevin era extramente inteligente, sadio, rico, bem tratado pelos familiares e professores. Mas ele simplesmente parecia, desde pequeno, não querer estar vivo.<br />Intrigada com o romance, fui debater o assunto com um médico psiquiatra, que trabalhou durante muitos anos com psiquiatria infantil. Ele me explicou que boa parte da personalidade de um ser humano vem da carga genética (seria esta "carga genética" aquilo que outros chamam de "alma"?), ou seja, os bebês já nascem com várias características que não podem ser mudadas. Existem crianças psicóticas, homossexuais, bandidas, assassinas... E nem sempre existem motivos que justifiquem seu jeito de ser, como maus tratos ou abuso sexual. Elas simplesmente nascem assim. Mas por quê? Será que a índole dessas crianças estaria relacionada com as vidas anteriores? É um mistério que talvez jamais venha a ser desvendado.<br />Mas uma das coisas em que acredito é que as crianças, às vezes, precisam saber que os pais tem outras coisas muitas importantes na vida além dos filhos. É preciso que o pai e a mãe mostrem à criança que eles têm vidas independentes, outras prioridades e atividades. Além de passar um bom exemplo aos filhos, os pais estarão contribuindo, assim, para que eles desejem sua própria independência. Não adianta ficar 24 horas por dia à disposição dos filhos, tampouco fingir que tudo está sempre bem. Se um pai é atencioso e sorridente ao extremo, mimando o filho e sempre deixando que ele saia impune quando faz algo errado, a criança sente que seu genitor não está sendo autêntico, o que pode deixá-la realmente frustrada. Se uma mãe passa os dias em casa, em função do filho, fechando-se para outros projetos, a criança pode se sentir um fardo ou até mesmo passar a odiá-la, achando que a mãe simplesmente não sabe, ou não quer, fazer mais nada.<br />Portanto, se seu filho ou sua filha não é como você gostaria que fosse, ou como você pensa que deveria ser, não se culpe. Se você achar que a culpa foi sua por não ter sido uma boa mãe, por exemplo, poderá culpar também a sua mãe, já que ela a criou. Sua mãe poderá culpar a mãe dela, e assim por diante. Não caia nessa. Os filhos não são dos pais... nem os pais são dos filhos.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-20189957426197886012009-11-29T06:27:00.000-08:002009-11-29T07:02:06.965-08:00O outro lado da história<div style="text-align: justify;">Às vezes dá saudade, sim. E não é normal. É uma saudade estranha, diferente. Uma melancolia absurda. Saudade daquilo que meus olhos não viram, das coisas que não tive, dos tempos que não vivi, das pessoas que não conheci realmente. Das palavras que não disse nem ouvi. Daquela fase que poderia ter sido tão diferente. E não como há como voltar atrás. O tempo não perdoa. Passou. Acabou. Não existe mais.<br />Se hoje sou uma pessoa feliz e realizada, foi por que certas coisas aconteceram no lugar de outras. Foi tudo um aprendizado. Foi tudo como deveria ser. Então por que sinto essa saudade, essa sensação de "como teria sido se..."? Simplesmente não era para ser. Se fosse, não seria eu. Seria pior? Seria melhor? Jamais saberei.<br />E, assim como eu gostaria de ter superpoderes quando criança, como a bruxinha de <span style="font-style: italic;">Sabrina, a Feiticeira</span>, hoje eu queria ter a oportunidade de saber como teria sido minha vida do outro jeito. Queria fazer como a Carolina do filme <span style="font-style: italic;">A Dona da História</span>. Ver todas as versões de mim mesma e, no fim, perceber que fiz as escolhas certas. Ou que a vida me levou pelo caminho certo. Não sei se existe este tal de caminho certo, de destino, de acaso, de Deus, de tempo. Não tenho as respostas. Mas eu gosto da pessoa que vejo quando olho no espelho. Será que ela existiria se este passado que me atormentou durante tanto tempo não tivesse acontecido como aconteceu?<br />Ainda acho que tudo aquilo serviu para alguma coisa. Mas mesmo assim eu sinto saudade da vida que não vivi. Gostaria de ter recordações melhores daquele tempo. Mas a parte que não foi apagada da minha memória é triste. É como se não tivesse acontecido nada de bom durante muitos anos. Cinco, dez anos? Não sei. Eu apenas respirava e seguia em frente. Esperava que algum dia acontecesse algo especial, que mudaria minha história. Mas o dia não chegava. Não chegou. E o tempo passou. Nada mudou. Até que um dia eu fui embora.<br />Eu fui embora para começar tudo de novo. Começar do zero. E eu chorei. Chorei muito até conseguir me reencontrar. Eu fui embora e deixei o passado para trás. Superei tudo. Eu mudei. Eu consegui aquilo que desejei durante tanto tempo. Eu venci. E continuo na luta, pois cada dia é uma batalha diferente. Estou tentando, estudando, trabalhando, construindo, fazendo. Estou bem. Não gostaria de sentir essa saudade porque ela não faz sentido algum. Mas eu sinto. E quando ela vem, meus olhos começam a ficar marejados. Então eu penso em outra coisa para evitar a saudade daquilo que nunca existiu.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-81078998180632567572009-08-24T11:15:00.000-07:002009-08-24T11:46:59.399-07:00A delícia de ser só<div style="text-align: justify;">É mais fácil viver sem você. É mais fácil acordar, abrir a janela e dizer bom dia para a vida sem alguém resmungando ao meu lado que quer dormir mais um pouco porque a noite foi forte. É mais fácil levantar e fazer café só para mim e é também mais barato. Tem menos louça para lavar, menos comida para comprar. É tudo mais prático sem você.<br />É muito melhor ter o meu canto, ouvir minhas músicas, ler meus livros, usar meu computador, ligar a televisão só quanto algo realmente interessante estiver no ar. Isso é uma das poucas coisas que você não pode tirar de mim: Meu prazer em ficar sozinha.<br />As pessoas vêem a solidão como uma coisa ruim, mas nem sempre é. Adoro chegar no meu apartamento, depois de alguns dias fora, acender a luz, bater a porta, respirar fundo e dizer "Ahh... minha casa!!". Gosto da minha família, dos meus amigos, de estar bem acompanhada. Mas a melhor companhia, aquela que nunca vai me abandonar, sou eu mesma. Isso você não pode negar. Jamais abrirei mão do meu ego.<br />Às vezes acho que sou meio egoísta. Por que essa vontade absurda de querer ter um mundo só pra mim? Por que não dividi-lo com as outras pessoas?<br />A verdade é que eu já cansei de fazer isso. Durante quase toda a minha vida minhas tentativas de agradar ao próximo fracassaram e eu acabava na pior. Agora eu me coloco em primeiro lugar. Não faço nada para prejudicar os outros, mas penso na minha felicidade antes de qualquer coisa. Deixo a vergonha, o orgulho, as convenções de lado e me jogo. E quer saber? É tudo muito melhor agora. Você também deveria tentar.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-68065380548924735172009-06-29T22:42:00.000-07:002009-07-13T09:59:20.985-07:00Para a garota triste<div style="text-align: justify;">- Você já fez algo que seus pais não aprovariam quando tinha a minha idade? - Ela me perguntou da última vez em que a vi. Foi assim que iniciamos nossa conversa e eu não poderia mentir. Não para ela. Queria que ela me visse como um exemplo, então resolvi falar a verdade. Falei dos locais perigosos, dos homens mais velhos, do linguajar chulo de que eu gostava tanto. Contei que adorava me arriscar, de fazer coisas proibidas, pois isso fazia com que eu me sentisse mais velha. Mais esperta, mais corajosa, mais madura. Enquanto minhas colegas se divertiam namorando sério aos 13 anos, eu gostava de aventuras totalmente diferentes. Nem sempre saudáveis, eu sei. Mas eu precisava contar a ela. Precisava contar por quê aquilo me dava prazer. Embora eu não gostasse de falar sobre o assunto, ela conseguiu arrancar aquilo de mim. Os segredos que eu guardava a sete chaves, que eu pretendia jamais contar a ninguém, nem mesmo aos meus filhos.<br />Mas ela era diferente. Ela precisava de mim. Ela precisava realmente de mim. De mim inteira, não pela metade. Talvez mais de mim do que de uma mãe, uma prima, uma irmã. Eu queria protegê-la. Juro que queria. Mas, ao contar minhas experiências, não sabia se estava fazendo bem ou mal a ela. Eu tentava não julgá-la e esperava o mesmo dela em relação a mim. Eu a amava e não sabia o motivo. E eu nunca disse isso a ela. Mas eu a amava do meu jeito. Eu desejava sentá-la em meu colo e escovar seus longos cabelos negros. Contar que eu havia tido sorte - mas ela não deveria se arriscar. O destino dela poderia ser diferente. Era tudo muito particular. Ela vivia sua adolescência em um mundo totalmente diferente do meu. Cada dia da vida dela já era um risco.<br />Eu disse que ela podia confiar em mim e fazia perguntas, mas ela se calava. Eu deveria ter percebido. Não éramos da mesma família e eu não a vira crescer. Eu a conhecia havia pouco tempo. Mesmo assim me sentia responsável por ela. Eu era a única que conseguia vê-la... mas não pude realmente enxergá-la. Ela merecia pessoas melhores em sua vida. Eu não fui suficiente para ela. Sinto que poderia ter feito algo para evitar o que aconteceu. Mas eu não fiz nada. Eu apenas ansiava por nossos encontros e tentava orientá-la. Dizia para ela não ficar sozinha com homens adultos. Para não pedir desculpas a toda hora. Para tentar conversar antes de partir para a violência. Para me contar sobre sua família. Eu disse tanta coisa - e no final das contas nada adiantou. Não consegui deixá-la totalmente segura de si para que ela se abrisse comigo.<br />Ela era uma garota fechada. Raramente sorria. Mas sua beleza era radiante. Seu corpo começava a se transformar e ela tinha pensamentos confusos. Seus seios estavam crescendo, seu quadril alargando, sua cintura afinando. Assim como seu corpo, mudaram os pontos de vista das pessoas em relação a ela. Eu perguntava se estavam fazendo alguma coisa com ela, mas ela sempre negava. "Olhe para mim", eu dizia. E ela me olhava para continuar dizendo não. Mesmo com aqueles olhos tão bonitos seu olhar era vazio. Era como se ela não tivesse alma. Como se tivessem roubado tudo de bonito, de puro, de vivo que existia nela. Eu não podia mais deixar que aquilo acontecesse. Ela era tão jovem! Eu queria salvá-la... mas como fazer isso se eu não tinha nenhuma certeza, nenhuma prova? Se ao menos ela me contasse algo... Mas não. Ela sempre aparecia sem nada de novo para contar. Sempre dizia que estava tudo bem na escola, em casa, na vizinhança. Eu tinha o direito de não acreditar nela?<br />Eu deveria ter duvidado daquelas respostas vagas. Deveria ter insistido com as perguntas até que ela confessasse. Eu deveria tê-la proibido de ir embora. Talvez assim eu tivesse conseguido poupá-la. Ela era apenas uma menina. Quantas vezes eu me pegava observando-a e pensando "Com 13 anos eu ainda brincava de boneca"... Mas eu aparentava minha idade naquela época - ou até menos. Já ela não. Era alta, tinha ombros largos e um ar confiante. Era muito bonita. Sua beleza chamava atenção e a deixava envergonhada. Ela pedia desculpas. Como alguém pode pedir desculpas por uma coisa assim? Ela achava que era a culpada pelo modo como os outros a olhavam. Eu dizia que não precisava se desculpar, mas ela não perdia a mania.<br />Se eu pudesse vê-la de novo, nem que fosse apenas por alguns instantes, eu diria a ela que eu sinto muito. Eu deveria tê-la ajudado, mas não a ajudei. E agora não tem como voltar atrás. Ela não está mais aqui. Ela não existe mais. Ah, minha doce menina dos cabelos negros... Será que você me amou assim como eu lhe amei? Será que você percebeu o amor que eu tinha por você? Um amor puramente espiritual, fraternal, talvez materno, embora houvesse apenas nove anos de diferença de idade entre nós? Eu a amei como jamais pensei que fosse possível amar uma desconhecida.<br />Talvez ela fosse apenas uma garota muito triste. E, hoje, eu sou uma mulher triste por não ter conseguido libertá-la de sua própria tristeza.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-7688051932632264662009-04-20T00:27:00.000-07:002009-04-22T10:26:01.370-07:00O poeta<div style="text-align: justify;">Quando você me disse que o Cazuza foi o maior poeta que já existiu na música brasileira, eu desejei desesperadamente ser a mentirosa mais sincera do mundo para te interessar. E jamais ser a burguesinha da música do Seu Jorge pois a burguesia fede. E o mundo inteiro acordar, e a gente dormir.<br />Será que você entenderia minhas loucuras, minhas fraquezas, minhas noites de insônia? Minha vontade de aproveitar o dia até a última gota, minha necessidade de ser tão intensa como se fosse o último dia da minha vida? Pelo menos não preciso fazer esforço para ser exagerada.<br />Eu quis te dizer que você não era mais um cara, cansado de correr na direção contrária, sem pódio de chegada ou beijo de namorada. Porque eu seria sua namorada. E tive realmente certeza de que o tempo não pára, mas como eu gostaria que parasse quando estou com você.<br />Aquele garoto que queria mudar o mundo estava agora com o poder nas mãos. Meu mundo jamais seria o mesmo com você ao meu lado. E sem você ele perderia o sentido. Eu não queria uma ideologia, só queria sua presença. Solidão, que nada. É que eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem engano. Ser teu pão, ser tua comida.<br />Eu só queria te dar todo amor que houver nessa vida.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-21724279642355191082009-03-23T15:49:00.000-07:002009-03-23T16:19:13.080-07:00Tudo passa...<div style="text-align: justify;">Sabe quando você está com aquela dor de cabeça, aquela dor de garganta e aquela dor no coração? Pois é. Lá vem um resfriado. Ou uma gripe forte. Ou é só uma depressãozinha por causa de um coração partido. Seja lá qual for, passa. Passa em duas semanas, no máximo. Aí nós saímos da cama para respirar outros ares, outras bactérias, e adquirir outras dores. E tudo acaba sempre passando, afinal.<br /><br />As doenças passam, os corações partidos passam, as mágoas passam. Até o amor, ou aquilo que você sentia e pensava que era amor, passa. Passa a saudade do amigo que foi embora, da época de infância, dos animais de estimação que morreram. Passa aquela ânsia de vômito que você sente quando acha que, dessa vez sim, encontrou a pessoa certa, perfeita pra você. Passa por que ela mostra que não é a pessoa que você imaginava que fosse. E a culpa não é dela. Vocês podem ficar semanas, meses, até anos juntos. Mas isso também vai passar. Pode parecer que não. Mas vai mesmo.<br /><br />E depois que passa, que passa totalmente, você descobre que não importa se foi bom ou ruim. Foi apenas mais uma experiência e isso faz parte da vida. Você está vivo, e está aqui para correr riscos. Viver é isso: Correr riscos. Tentar e errar. Quebrar a cara, chorar, pensar em desistir. E depois que tudo passou, recomeçar. Conhece o ditado "Quem está na chuva é para se molhar"? É mais ou menos assim que funciona. Você está na vida para viver. E deve aproveitar tudo, cada momento, cada oportunidade. Deve extrair do seu sofrimento as lições para fazer melhor na próxima vez. Porque a vida, essa também passa. E pode passar mais rápido do que você imagina.<br /><br />Lembro de uma metáfora que uma pessoa querida costumava contar: A vida é como se fosse um cruzeiro. Você não pode sair do navio, mas tem duas opções: Ou passa a viagem inteira deitado e olhando pela janela sem fazer nada, ou resolve aproveitar o que o passeio oferece de bom. Porque você já embarcou. E também porque vai acabar, e isso você não pode mudar.<br /><br />O que você prefere? Ficar na cama se lamentando ou curtir as coisas boas? Tentar, e talvez vencer, ou jamais vencer por puro medo de tentar? Só você pode decidir. E deve ser o mais rápido possível, pois pode aparecer um <span style="font-style: italic;">iceberg</span> e acabar com o navio a qualquer momento. E o cruzeiro acaba. E a vida... já passou.<br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-164851833930206732009-03-07T18:15:00.000-08:002009-03-07T18:17:05.918-08:00A última<div style="text-align: justify;">Sabe aquele medo horrível que você tem de sofrer? De perder algo que ama muito? De vomitar? De que tudo saia do seu controle? Eu torço pra que isso te aconteça, acredite, é maravilhoso. Se um passarinho azul passar na sua frente e borboletinhas amarelinhas o acompanharem, isso é realmente lindo, não porque você ganha bem, ou porque tem um apartamento cheio de almofadas te esperando, ou porque tem uma pessoa especial ao seu lado te dizendo que eles são lindos. Eles são lindos porque existem simplesmente, igual a você. Eles são lindos porque você está completamente sozinho neste mundo, mas este mundo é maravilhoso, não tenha medo. Não tenha medo de descer até o inferno e queimar como um papel cheio de regras e certezas, queime, vire cinzas, chega de querer controlar a vida, chega de querer amar, existir e desejar pelo seu ego. A vida é muito maior do que você, acredite nela, colabore com ela, tenha fé nela, faça a sua parte, mas em hipótese nenhuma sonhe que você pode simplesmente enfiá-la amassadinha dentro da sua bolsa, ela com certeza vai se vingar de você. Deixe, deixe a onda da dor passar por você, ela pode até te derrubar, te afogar um pouco, te chicotear com o sal, te assustar com tanta grandeza, mistério, profundidade e experiência, mas acredite em mim, você não vai morrer. Você vai se levantar, ainda que a praia inteira ria de você, ainda que a força tenha levado suas roupas e você esteja completamente desprotegido para a vida, nu, entregue, sem dignidade. Ainda assim você vai se levantar e seguir em frente. Acredite no Deus que mora dentro e fora de você, acredite que, para cada vez que você diz “eu odeio”, algo ou alguém vai te odiar. Acredite que, para cada vez que você diz “eu não acredito”, algo ou alguém vai perder a fé em você. Então diga agora, bem alto, para que até aquele seu lado mais surdo e teimoso ouça, “eu amo e acredito em mim e na vida”. Siga nu, quase sem vida, quase sem vontade, sem sono, sem fome, sem desejos, mas siga, o passo que está na sua frente já carrega uma dor menor do que o anterior, aos poucos você deixará para trás essa carga horrível que você mesmo juntou e então poderá voar. Aos poucos cairá tudo e só sobrará você, e você é feliz, sua essência é feliz. Onde estava você, escondido embaixo de tantos sonhos frustrados? Você é real, não tenha medo de apenas ser e ser agora, sua felicidade não está nem no útero e nem no dia perfeito, ela está aqui e agora, o resto você inventou porque ainda não sabia que podia contar com você. A verdade é que você só pode contar com você. Amar de verdade é esquecer um pouquinho de si mesmo, se você já se esqueceu num cantinho como uma criança de rua carente por causa do amor, não se culpe, você só mostrou, ainda que seja difícil mostrar alguma coisa nesse mundo de aparências, falsidades e medos, que você tem coragem para amar, parabéns. Mas chega, se não houve troca, chega, porque amar sozinho é solitário demais, abandono demais, e você está nessa vida para evoluir, mas não para sofrer. Essa criança carente agora precisa dessa mesma coragem para ser amada e ela merece mais do que ninguém, ela é, de verdade, a única coisa que você realmente tem e terá para sempre. Por favor, está na hora de levá-la tomar banho, tomal sol e tomar sopinha de mandioquinha. Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coracão, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz.<br /><br />(Tati Bernardi)<br /><br /></div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-31970996466977110912008-12-31T13:46:00.000-08:002009-01-09T11:40:41.998-08:00E para 2009...<div align="justify">Eu sempre me esforço para passar um fim de ano legal. Ouço musiquinhas natalinas e fico admirando as luzes e decorações para entrar no clima. Uso roupinha branca e calcinha nova no Reveillon. Faço ceia, simpatia, promessa. Mando mensagenzinhas pré-prontas para meus amigos, desejando um Feliz Natal e um Próspero Ano-Novo, e respondo todas que recebo. É todo ano assim. Mas desta vez foi diferente. Bem diferente.</div><div align="justify">Meu Natal e meu Ano-Novo foram como qualquer outro dia. Fiz as coias que faço em todas as outras noites. Nem resisti, apenas aceitei. E continuei o que estava fazendo, sem remorso, só meio cansada. Cansada de pensar que o Natal é uma época onde as pessoas ficam mais próximas e tolerantes, confraternizando com a família e achando a coisa mais linda do mundo aquele animal assado de pernas para cima ser o símbolo da data do nascimento do Salvador. Cansada de ficar olhando para cima vendo foguinhos de artifício feito uma abobada e pensando que o ano que está por vir vai ser o máximo, tão perfeito que merece até uma comemoração antecipada. Cansada de ver aquela gente feliz se lambuzando de lentilha porque "comer lentilha no reveillon chama dinheiro" e contando regressivamente na beira da praia feito retardadinhos mentais. Cansada de ver todo mundo se desejando Boas Festas, mas no fundo, ainda odiando uns aos outros. Cansada de ver gente dando presentes por obrigação e não por afeto.</div><div align="justify">Sim, chegou 2009 e eu não vou fazer pedidos, promessas ou simpatias. Será que assim não é melhor? Será que sem essas expectativas todas a gente não fica mais satisfeito com aquilo que a vida nos dá e reclama menos daquilo que não tem?</div><div align="justify">Logo na primeira semana do ano ganhei um presente. Reencontrei uma amiga que não via há mais de uma década. Conversamos muito, relembramos nossos verões e aproveitamos cada minuto juntas. Comecei o ano muito bem, obrigada. E o que tiver de ser em 2009, será.</div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-55666869406863889152008-12-19T08:56:00.000-08:002009-02-05T01:13:49.910-08:00O meu fim<div style="text-align: justify;">Olho para a pilha de papéis em cima da minha mesa e sinto uma preguiça inexplicavelmente maior que todas as outras que já me atacaram. Eu só quero que as próximas duas horas passem logo, para que eu possa pegar a minha bolsa e ir para casa. Sim, eu tenho uma casa. Tá, é um apartamento, e é bem pequeno. E também não é meu, pronto, admiti, mas sou eu quem pago o aluguel e faço o que bem entendo lá dentro. Satisfeito?<br />Mas ainda faltam duas horas e eu quase não consigo esperar. A única coisa que me fez superar meu sono hoje de manhã para vir trabalhar foi lembrar que hoje é sexta-feira. O que significa que amanhã vou poder dormir o quanto eu quiser. E vou ter tempo para ficar mais um pouquinho nos meus sonhos e na minha casinha verde, brincando com a minha cachorra e papeando com as minhas amigas no MSN.<br />E enquanto eu fico aqui, sem nada de interessante pra fazer, eu lembro que as horas não passam porque quanto mais se olha para o relógio, mais devagar o tempo passa. E eu continuo esperando. Porque eu estou sempre à espera do fim. Do fim do expediente, do fim-de-semana, do fim do mês, do fim do ano, do fim dessa dor que às vezes me consome e me faz perder o ar. Essa dorzinha que me faz ir dormir mais cedo ou pegar um livro para não pensar em bobagens. Não há nada como uma boa história quando eu estou meio cansada da vida. Eu leio sem parar. Mergulho nas páginas, nas palavras, em cada letra. Eu sinto o sofrimento das personagens. E eu releio aquelas linhas tristes para sentir mais um pouquinho aquele aperto no peito e aquela vontade de vomitar.<br />Mas quando o livro acaba eu não tenho para onde ir. Mais um fim que chega, e eu não sei o que fazer com ele.</div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-75931421365472228672008-12-08T10:15:00.000-08:002008-12-10T07:47:01.796-08:00Nada além de mim<div align="justify">Acho que estou perdendo as forças. Perdendo o chão. Não sinto mais minhas pernas, nem meus ombros, e muito menos meu pescoço. O que está acontecendo?!<br />Preciso de um banho. Me sinto suja. Preciso lavar de mim essa sujeira grossa que se juntou na minha pele, e abaixo dela, ao longo da minha vida. E eu me esfrego com força com aquela esponja áspera e aquele sabonete meio fedido que mata quase todas as bactérias, mas não adianta. Eu preciso de um produto que retire as minhas células doentes e me faça feliz outra vez. Porque às vezes eu não consigo sentir nada.<br />É mais ou menos isso. O nada. O nada me atinge e eu fico de pensamento solto, deixando de viver aquilo que anseio todos os dias. A minha vontade de viver e de ser feliz e de engolir o mundo some e se transforma numa coisa sem forma, sem cor. E eu já não ouço som algum e quando me dou de conta, já passou metade do dia.<br />E eu choro baixinho porque não aproveitei mais um dia, mais uma semana, mais um ano. O ano já está acabando e eu penso todas as noites naquilo que eu conquistei nestes quase 365 dias: Completamente nada. Mas no fundo eu choro com um pouquinho de satisfação por a noite ter chegado e eu não precisar mais me preocupar em fazer aquelas coisas que eu gostaria de ter tido ânimo para fazer. O dia já acabou mesmo! E daqui a pouco vem o outro. Mas eu peço para o próximo dia esperar um pouquinho, só um pouquinho, para que eu possa descansar meu nada de vida e tentar bolar um plano todo de novo. Afinal, nada cansa às vezes. </div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-13852254791441823522008-11-21T05:43:00.000-08:002008-12-08T10:43:22.717-08:00Greve dos magistérios<div align="justify">"Greve sem corte de ponto é férias."<br />Lula<br /><br />Pois é... como a gente muda quando está do outro lado, né!?<br />Luís Inácio Lula da Silva, aquele líder sindical tão favorável ao movimento grevista...<br /><br /><br />Mas é isso aí, povo.<br />Salário recebe quem trabalha.</div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-515316654899995096.post-7393660120797843532008-11-20T10:16:00.000-08:002008-12-08T10:43:59.299-08:00Começando...<div align="justify">... Então eu disse que nunca mais criaria um blog em toda a minha vida. Aquele espacinho com coisinhas coloridas, homenagenzinhas, gifts e template foto já era. Eu não queria mais voltar àquele lugar. E como também não queria que mais ninguém voltasse, deletei. Para sempre.<br />Acontece que eu era muito perfeccionista. Demorei horas para achar o template perfeito, os gifts perfeitos, tudo como eu gostaria. Hoje, continuo perfeccionista, mesmo tendo prometido que eu nunca mais seria assim.<br />Mas depois eu comecei a visitar blogs de novo. E acho que encontrei o que faltava no meu: Palavras.<br />A graça de um blog não está no template, nos gifts e naquelas outras frescurinhas. A graça de um blog está nas palavras. Claro que o template e as cores também importam - não dá para ler um texto quando as cores do texto e do fundo são quase iguais - mas há algo mais profundo em um blog.<br />Em relação a fotos - quem não gosta?! É bom quando o texto apresenta imagens para ilustrar a história. Mas ainda não era isso que eu precisava.<br />Então, eu deixei de lado os templates de ursinho, as linhas de bolinhas piscantes, os gifts de bonequinhas animados e as letrinhas coloridas e criei um blog de verdade.<br />Portanto... não leve tão a sério o que eu digo.<br />Talvez eu nunca mais volte aqui...</div>Jamilahttp://www.blogger.com/profile/07730515199980826239noreply@blogger.com1