Quando foi que nós nos perdemos?
Quando foi que você passou a ouvir o que eu nunca disse, a ver o que eu nunca fiz?
Quando foi que eu comecei a fazer o que você não queria, a agir como você não aceitava?
Em qual momento, em qual dia, em qual mês?
Será que nós começamos a decair, gradativamente, assim como nos construímos?
Sim. Eu acho que eu sei quando foi o início. Foi naquela segunda-feira, quando eu resolvi tentar ser uma outra pessoa.
Foi um erro meu, única e exclusivamente meu, cometido com intenções boas, mas apenas boas intenções não bastam. Pelo menos, não nesses casos.
Você já tentou ocupar o lugar de alguma outra pessoa? É uma sensação horrível, parece que te segura, te sufoca, te impede de respirar. É como um espartilho bem justo, que aperta seu corpo todo, te deixa diferente e te obriga a manter as costas eretas. Muda suas curvas, sua postura, muda até seu jeito de andar.
No início, você fica satisfeita, orgulhosa de si mesma, e tenta usá-lo cada vez mais, durante mais tempo por dia, e mais apertado, até que ele molde você. Mas depois de algum tempo começa a ficar difícil e até mesmo insuportável. Você o encara só por obrigação, começa a se sentir desconfortável, irritada, e aguenta ficar cada vez menos com ele. Porque a sua pessoa, quem você é de verdade, quer aparecer, quer se libertar, precisa sair dali de qualquer jeito.
O espartilho não é você, não faz parte do seu corpo, assim como aquela personalidade que você encarnou não é a sua. E você fica querendo sair, para ser você, mas ao mesmo tempo continuar usando o seu disfarce, acostumar-se a ele, seja para agradar alguém que você gosta, manter o seu emprego ou qualquer outro motivo.
Sabe o que acontece depois de um certo tempo? Você explode. Você bota tudo para fora durante um acesso de fúria, mágoa, stress; porque todo ser humano tem um limite. Você fala e faz muitas coisas ao mesmo tempo, usa a liberdade reprimida na hora errada. E é assim que tudo acaba. Por querer agradar demais, acaba decepcionando. Decepcionando alguém e decepcionando você mesma.
Foi isso que eu fiz. Tentei representar, quase substituir outra pessoa. Tentei ser parecida com ela para que você me amasse mais e para que pudéssemos ser mais felizes. Mas não deu certo, porque eu não era ela. E foi aí que o nosso fim começou. O espartilho rasgou. A nossa história acabou. E nenhum dos dois tem conserto.
Quando foi que você passou a ouvir o que eu nunca disse, a ver o que eu nunca fiz?
Quando foi que eu comecei a fazer o que você não queria, a agir como você não aceitava?
Em qual momento, em qual dia, em qual mês?
Será que nós começamos a decair, gradativamente, assim como nos construímos?
Sim. Eu acho que eu sei quando foi o início. Foi naquela segunda-feira, quando eu resolvi tentar ser uma outra pessoa.
Foi um erro meu, única e exclusivamente meu, cometido com intenções boas, mas apenas boas intenções não bastam. Pelo menos, não nesses casos.
Você já tentou ocupar o lugar de alguma outra pessoa? É uma sensação horrível, parece que te segura, te sufoca, te impede de respirar. É como um espartilho bem justo, que aperta seu corpo todo, te deixa diferente e te obriga a manter as costas eretas. Muda suas curvas, sua postura, muda até seu jeito de andar.
No início, você fica satisfeita, orgulhosa de si mesma, e tenta usá-lo cada vez mais, durante mais tempo por dia, e mais apertado, até que ele molde você. Mas depois de algum tempo começa a ficar difícil e até mesmo insuportável. Você o encara só por obrigação, começa a se sentir desconfortável, irritada, e aguenta ficar cada vez menos com ele. Porque a sua pessoa, quem você é de verdade, quer aparecer, quer se libertar, precisa sair dali de qualquer jeito.
O espartilho não é você, não faz parte do seu corpo, assim como aquela personalidade que você encarnou não é a sua. E você fica querendo sair, para ser você, mas ao mesmo tempo continuar usando o seu disfarce, acostumar-se a ele, seja para agradar alguém que você gosta, manter o seu emprego ou qualquer outro motivo.
Sabe o que acontece depois de um certo tempo? Você explode. Você bota tudo para fora durante um acesso de fúria, mágoa, stress; porque todo ser humano tem um limite. Você fala e faz muitas coisas ao mesmo tempo, usa a liberdade reprimida na hora errada. E é assim que tudo acaba. Por querer agradar demais, acaba decepcionando. Decepcionando alguém e decepcionando você mesma.
Foi isso que eu fiz. Tentei representar, quase substituir outra pessoa. Tentei ser parecida com ela para que você me amasse mais e para que pudéssemos ser mais felizes. Mas não deu certo, porque eu não era ela. E foi aí que o nosso fim começou. O espartilho rasgou. A nossa história acabou. E nenhum dos dois tem conserto.
2 comentários:
muito.. mas muito bom!
beijao...
Daniel!
olá. bem disposta? texto antigo, mas escrito com alguma dor na alma..coisas do coração. não desista do blog. beijos. um português
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