Ela sempre soube o que seria da vida dela. Quando nasceu, chorou um pouco porque alguém a havia tirado daquele lugar quentinho e seguro, mas depois se acalmou porque já sabia. Foi manipulada por várias mãos desconhecidas, precisou adaptar-se àquela nova fase e logo logo ficou quietinha, pois já tinha tudo em mente. Ela sempre soube.
Ela foi crescendo, aprendendo a falar e a andar. Descobriu que havia coisas incríveis, como ler e escrever, e que poderia, ou melhor, que deveria aprender aquilo tudo logo. Começou a conhecer os livros muito antes de aprender a pronunciar certas letras corretamente. Gostava das figuras, mas se interessava muito pelas palavras. Frases. Histórias. Ela já sabia.
Ao concluir a primeira série do Ensino Fundamental, ela sabia o alfabeto de cor e salteado. Ela lia, lia, lia. Lia tudo que via pela frente, desde gibis até folhetos encontrados na casa dos vizinhos sobre as testemunhas de Jeová. Ela tinha certeza de que era importante ler o máximo possível, sobre tudo que encontrasse pelo caminho.
Mas a vida ás vezes nos obriga a fazer certos sacrifícios para continuarmos a cumprimir nossa missão. Ela teve que lidar com números, fórmulas, nomenclaturas estranhas - e provar que também entendia tudo aquilo através dos testes aplicados na escola. Isso durou mais de uma década. Mas ela nunca deixou de saber.
Mostrou a todos que sim, era capaz de lidar com coisas diferentes, mas ela ainda tinha aquela certeza. Ela queria algo a mais. Ela tinha pressa, mas aprendeu a esperar. Ela sabia que algo muito grande estava por vir, que algo maravilhoso e especial aconteceria. E que a hora dela chegaria.
Eu tentei avisá-la de que talvez não fosse tudo tão fácil, rápido, certo e colorido como os desenhos que ela fazia com giz-de-cera. Ela foi muitas vezes uma garota normal, com dúvidas, medos e angústias sobre o futuro. Afinal, ela era humana. Mas era estranho como ela sempre, mas sempre soube o que fazer, mesmo quando não tinha apoio algum.
Passei muito tempo sem vê-la - eu estava em um outro mundo. Quando a reencontrei, não me aguentei de curiosidade e fui confrontá-la. Ela permanecia no mesmo lugar, com as mesmas feições e o mesmo ar de sabedoria. Ninguém podia ser tão irritantemente confiante. "Conseguiu o que queria, menina?" perguntei, com desdém.
Ela sorriu, levantou o rosto e respondeu: "Sim. Todos os dias!". Foi neste momento que eu compreendi o sentido de minha existência.
Ela foi crescendo, aprendendo a falar e a andar. Descobriu que havia coisas incríveis, como ler e escrever, e que poderia, ou melhor, que deveria aprender aquilo tudo logo. Começou a conhecer os livros muito antes de aprender a pronunciar certas letras corretamente. Gostava das figuras, mas se interessava muito pelas palavras. Frases. Histórias. Ela já sabia.
Ao concluir a primeira série do Ensino Fundamental, ela sabia o alfabeto de cor e salteado. Ela lia, lia, lia. Lia tudo que via pela frente, desde gibis até folhetos encontrados na casa dos vizinhos sobre as testemunhas de Jeová. Ela tinha certeza de que era importante ler o máximo possível, sobre tudo que encontrasse pelo caminho.
Mas a vida ás vezes nos obriga a fazer certos sacrifícios para continuarmos a cumprimir nossa missão. Ela teve que lidar com números, fórmulas, nomenclaturas estranhas - e provar que também entendia tudo aquilo através dos testes aplicados na escola. Isso durou mais de uma década. Mas ela nunca deixou de saber.
Mostrou a todos que sim, era capaz de lidar com coisas diferentes, mas ela ainda tinha aquela certeza. Ela queria algo a mais. Ela tinha pressa, mas aprendeu a esperar. Ela sabia que algo muito grande estava por vir, que algo maravilhoso e especial aconteceria. E que a hora dela chegaria.
Eu tentei avisá-la de que talvez não fosse tudo tão fácil, rápido, certo e colorido como os desenhos que ela fazia com giz-de-cera. Ela foi muitas vezes uma garota normal, com dúvidas, medos e angústias sobre o futuro. Afinal, ela era humana. Mas era estranho como ela sempre, mas sempre soube o que fazer, mesmo quando não tinha apoio algum.
Passei muito tempo sem vê-la - eu estava em um outro mundo. Quando a reencontrei, não me aguentei de curiosidade e fui confrontá-la. Ela permanecia no mesmo lugar, com as mesmas feições e o mesmo ar de sabedoria. Ninguém podia ser tão irritantemente confiante. "Conseguiu o que queria, menina?" perguntei, com desdém.
Ela sorriu, levantou o rosto e respondeu: "Sim. Todos os dias!". Foi neste momento que eu compreendi o sentido de minha existência.
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